Por que empreender em Portugal?
Portugal apresenta diversos fatores favoráveis à atividade empreendedora. O Global Entrepreneurship Monitor (GEM), um estudo que pretende avaliar a atividade empreendedora de diversos países, considerou empreender em Portugal uma ótima opção para impulsionar a inovação.
Um indicador importante é a taxa de atividade empreendedora early-stage total (TEA), que indica a proporção de indivíduos, com idades entre os 18 e os 64 anos, que estão diretamente envolvidos em atividades de gestão e criação de novos negócios. Portugal apresentou uma taxa de TEA de 8,2% no último ano com dados disponíveis (2016), que significa que aproximadamente 8 em cada 100 indivíduos adultos são empreendedores. Este valor é considerado elevado, e é bastante similar aos valores obtidos para outras economias orientadas para a inovação.
Nas economias orientadas para a inovação, tem-se verificado uma mudança de paradigma: a importância anteriormente atribuída ao setor industrial, no âmbito do empreendedorismo, está hoje muito direcionada para o setor dos serviços, sendo este o setor onde a inovação e o empreendedorismo estão mais presentes. No setor industrial prevêem-se alterações que conduzam, a médio prazo, a uma maior sofisticação de processos, com especial destaque para processos de I&D.
O setor que engloba serviços orientados para o consumidor (como retalho, bares, restauração, alojamento, saúde, educação e lazer) é o setor com maiores percentagens de atividade empreendedora. De seguida, surge o setor da transformação (construção, manufatura, transporte, comunicações, utilidades, distribuição e grossistas) e, por fim, o setor extrativo (agricultura, silvicultura, pescas e extração de matérias brutas).
Portugal é o segundo país da União Europeia com a taxa de nascimento de novas empresas mais elevada (15.75%), sendo superado apenas pela Lituânia (19.72%). No global, esta percentagem aumentou cerca de 3.63% de 2009 a 2017, sendo que 2016 a 2017 se verificou uma subida de 4º para o 2º país com maior número de nascimentos de empresas dentro da União Europeia. Este indicador mostra que empreender em Portugal pode ser uma ótima escolha para pessoas com um elevado espírito empreendedor.
Figura 1 – Taxa de nascimento de empresas – Número de nascimentos de empresas no período de referência (2017). Fonte – Eurostat (https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/tin00142/default/bar?lang=en)
Dentro do espaço europeu, Lisboa destaca-se como sendo a quinta capital europeia com o maior hub de startups, ficando apenas atrás de Londres, Berlin, Paris e Copenhaga. Portugal destaca-se devido à localização geográfica privilegiada, o que torna o país ainda mais apelativo ao empreendedorismo e ao comércio internacional, estando inserido em diversas rotas comerciais estrategicamente muito relevantes.
A crise económica sentida no passado fomentou um espírito empreendedor e de inovação que se verifica até hoje. Verifica-se também um aumento significativo da qualidade de ensino em todas as áreas, nomeadamente nas tecnologias de informação, comunicação e eletrônica, existindo infraestruturas tecnológicas nacionais muito evoluídas a nível global, nomeadamente no que diz respeito à internet de banda larga, às redes inteligentes e à sustentabilidade energética. Estes aspectos, conjugados com preços acessíveis, tornam Portugal num país atrativo ao estabelecimento de empresas. É de salientar que Lisboa é considerada a capital tecnológica europeia, com cada vez mais gigantes mundiais do setor a estabelecerem-se na região, nomeadamente a Google, Uber, Mercedes-Benz e a Volkswagen.
Para além dos aspetos referidos, outros fatores considerados como sendo favoráveis para empreender em Portugal são o acesso a infraestruturas, sendo que Portugal se encontra acima da média das outras economias orientadas para a inovação neste aspecto. Também o apoio financeiro foi considerado um fator positivo para o empreendedorismo, e dentro deste os aspetos identificados como mais relevantes são a existência de subsídios e de capitais de risco.
Existem também diversas estruturas para o financiamento do ecossistema empresarial, como a Portugal Ventures, o financiamento abrangente de Business Angels e a crescente abertura à procura de financiamento internacional.
De acordo com Associação Nacional de Jovens Empresários em Portugal, 80,43% das startups sobrevivem após os primeiros anos de atividade e 67,76% mantém atividade após dois anos. Em Portugal, no ano de 2017, empresas com até 5 anos obtiveram um volume de negócios 34 441 milhões de euros. Segundo a StartUp Hub, um agregador de dados relacionados com o empreendedorismo, a zona norte do país é a zona que concentra um maior número de startups e incubadoras de empresas, com cerca de 519 organizações.
Empreender em Portugal é relativamente simples, existindo programas e apoios que tem por base facilitar a sua instalação e abertura.
Para além deste aspecto, não existem entraves à criação de empresas por cidadãos estrangeiros, existindo até alguns incentivos ao estabelecimento destes cidadãos, através de vistos que beneficiam o investimento estrangeiro. Também o estado apoia o empreendedorismo, através de diversas iniciativas, existindo programas de incentivo ao investimento, tais como a linha do Portugal 2020, que atua em conjunto com os fundos comunitários europeus. Destaca-se também o StartUp Portugal – Estratégia Nacional para o Empreendedorismo, uma iniciativa criada pelo Ministério da Economia português, que tem por objetivo apoiar todos os setores de atividade económica e de fomentar o crescimento do ecossistema empreendedor português. Este programa tem três alicerces fundamentais: criação e apoio do ecossistema empreendedor português, atração de investidores nacionais e estrangeiros e promoção e aceleração de startups portuguesas em mercados externos.
Lei artigo: Como abrir uma empresa em Portugal
Para além de um ecossistema empresarial muito favorável à inovação e ao empreendedorismo, a segurança é, também, um atrativo à fixação de empresários no país. A taxa de criminalidade em Portugal diminuiu entre 2018 e 2017, passando de 33,2% para 32,4%, e Portugal tornou-se, em 2019, o quarto país mais seguro do mundo, precedido pela Áustria, Nova Zelândia e Islândia.
O crescimento econômico favorável da economia portuguesa, aliado aos aspetos anteriormente referidos tornam Portugal um hub de excelência para o empreendedorismo.
Fontes:
- GEM 2016
- Global Entrepreneurship Monitor (GEM): Condições estruturais do empreendedorismo em Portugal
- Empresas em Portugal – 2017 (Instituto Nacional de Estatística)
- https://www.pordata.pt/DB/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Gr%C3%A1fico
- https://www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Empreendedorismo-Inovacao/Empreendedorismo-(1)/Startup-Portugal.aspx
- http://www.anje.pt/portal/empreendedorismo-o-retrato-do-ecossistema-no-final-de-2017-pela-rede-nacional-de-incubadoras
- http://startuphub.pt/ecosystem-map/
- http://worldpopulationreview.com/countries/safest-countries-in-the-world/
- Startup Monitor 2018 (EU)
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